Dia 1
Minha dor é o meu saber
Já não conto o dia 2
Dia d'hoje é pra valer
E se for por um valor...
O amor é falecer
É mais ódio ao sistema
ao amor que não vens a ter
São histórias de viver...
De viver pra quem não pára
Da classe a enlouquecer
E que só vês cair de cara
Então repara...
Ele não apertou a tilha
Não bate bem da cabeça
Só sabe bater na filha
Sistema diz confia
Dás-me azia quando cantas
Ele quer brincar com rimas
Mas anda a brincar com brancas
Por outras bandas...
Espantas o mal por ti
Onde o sistema fode
a hipótese de viver aqui
E se formos por aí
Desvendar aquilo que sinto
Sou raça de um T1
Partilhado lá por 5
E pra veres que não brinco
Não há requinte na situação
Sou cor do vinho tinto
Vermelho em revolução!
Sobre o autor:
Daniel Marques aka Marx, 21 anos, estudo sociologia na Faculdade de letras do Porto, e às vezes gosto de escrever umas cenas no papel.
Este poema "nasce" de um sentimento presente na memória de muitas pessoas, de um sentimento nas feridas que nunca se fecharam, falo de um peso que se encontra dentro de nós, e de toda gente que partilha um bocado da sua vivência neste sistema capitalista, que nos oprime das mais variadas formas, mas o nosso grito de resistência continua, cada vez mais forte e cada vez mais presente nas ruas!
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